Psicogenealogista indica que falta de vontade por sexo tem a ver com questões psicológicas
A perda de vontade de fazer sexo após o parto é uma queixa bem comum entre mulheres. A recomendação médica, no sentido de prevenir qualquer dano ao corpo, é permanecer de quatro a seis semanas de resguardo sexual. No entanto, passado esse período, ainda é possível não se sentir a fim de transar.
Um estudo da Associação dos Profissionais de Saúde Reprodutiva, nos Estados Unidos, aponta que o desejo sexual pode demorar até um ano para retornar ao nível pré-gravidez.
O universo da psicologia, contudo, tem indicações a respeito da ausência de tesão por parte de mulheres que acabaram de se tornar mães.
Especialista em relacionamentos, a psicogenealogista Roberta Calderini sugere que a falta de vontade por sexo reside no fato de os parceiros terem, a partir do nascimento do bebê, novos papéis como casal.
“Você perde o encanto pelo seu parceiro depois que o seu filho nasce, porque você passa a vê-lo como pai”, pontua a terapeuta. “E todas as dores em relação ao seu pai vêm à tona”, acrescenta.
Nesse sentido, Roberta Calderini ressalta que há uma mudança do ponto de vista psicológico na maneira se relacionar com o parceiro, atribuindo a ele uma função que outro homem já teve na vida da mulher.
“A palavra pai é um gatilho que ativa os traumas da sua criança ferida. Você começa a ver o parceiro de forma negativa, passando a rejeitá-lo no que diz respeito a atividades sexuais”, reforça a psicogenealogista.
Dessa forma, para que o desejo sexual não demore a voltar, a terapeuta destaca a importância de ressignificar a relação com o genitor.
“É preciso curar a relação com o seu pai. Pode ser um processo longo, mas é fundamental para retomar uma vida sexual ativa, prazerosa e saudável”, afirma.