Em uma visita ao Museu Polin, em Varsóvia, em 2016, o americano Daniel Patt ficou imaginando se alguma daquelas pessoas retratadas durante o Holocausto poderia estar relacionada com ele de alguma forma.
Para Patt, um engenheiro de software do Google, esse tipo de enigma tinha potencial para uma solução inventiva. Foi então que ele começou a trabalhar no “From Numbers to Names (N2N)”, uma plataforma de reconhecimento facial, artificialmente inteligente, que pode digitalizar fotos da Europa pré-guerra e do Holocausto e depois conectá-las a pessoas dos tempos atuais.
E não foi somente a curiosidade científica que incentivou Patt na criação da plataforma, ele teve também uma motivação muito pessoal, três de seus quatro avós são sobreviventes do Holocausto da Polônia, e ele queria ajudar sua avó, que fugiu da guerra quando tinha apenas 9 anos, a descobrir fotos dos membros de sua família assassinados pelos nazistas.
Patt, que só trabalha no projeto durantes suas horas livres e, com recursos pessoais, tem recebido mais e mais ofertas de colaboração por parte de engenheiros, cientistas e pesquisadores, interessados em ajudar Daniel na busca por um software cada vez mais preciso e com maior alcance.
De acordo com entrevista dada ao site Times of Israel, Patt acredita que seu projeto pode trazer muitos benefícios a longo prazo, “Olhando para o futuro, gostaríamos que o N2N se tornasse um veículo para a educação sobre o Holocausto, dando aos alunos a oportunidade de contribuir diretamente para o registro histórico”. E completou: “Os estudantes poderão usar o software para ajudar a identificar rostos e artefatos em arquivos de fotos e vídeos e, possivelmente descobrirem novas conexões entre os descendentes vivos do Holocausto e seus ancestrais.”