Este ano, o segundo consecutivo, a seção da Times Travel, do The New York Times, enfrentou o desafio de criar uma de suas matérias icônicas, a lista anual “52 Lugares”, em um mundo virado de cabeça para baixo.
Um ano atrás, com as viagens bloquadas, os leitores foram questionados sobre os lugares que os sustentaram nos dias mais sombrios do isolamento social. Essa lista incluía locais tão variados quanto fantásticas formações rochosas coloridas na Índia e uma humilde igreja de alvenaria no sul de Londres. Eram destinos distantes guardados na memória, ou lugares próximos que ofereciam consolo, e serviam como um lembrete de que o mundo ainda estava lá fora, esperando.
Agora, com a pandemia atingindo seu terceiro ano, as viagens internacionais são mais possíveis, mas continuam difíceis e repletas de incertezas. Mesmo os viajantes vacinados que receberam reforços não estão imunes a essa última reviravolta no vírus.
Além da pandemia, há uma profunda mudança em andamento na compreensão mundial das mudanças climáticas e na rapidez e no grau em que já estamos vendo seus efeitos. Incêndios florestais, inundações, tempestades perigosas, aumento do nível da água e da temperatura: tudo nos lembra o quão frágil nosso mundo realmente é.
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A indústria de viagens é responsável por algo entre 8 e 11 por cento das emissões totais de gases de efeito estufa, de acordo com o World Travel & Tourism Council, e na cúpula do clima de Glasgow neste outono, a indústria do turismo fez seu primeiro compromisso de reduzir as emissões de carbono pela metade em 2030 e atingir o “zero líquido” até 2050.
No entanto, como demonstra o compromisso da indústria do turismo em Glasgow, as viagens também podem ser parte da solução, e não apenas no clima. As viagens sustentam economias esgotadas em lugares que dependem do dinheiro dos turistas e abrem os olhos dos viajantes para culturas e costumes diferentes dos seus. Esse pensamento é o espírito animador por trás da lista deste ano, “52 lugares para um mundo mudado”, que conta com um ponto turístico brasileiro. Confira!
Parque Nacional da Serra da Capivara – Piauí
Claro, são as dramáticas mesas e cânions da caatinga do nordeste do Brasil, ou terras arbustivas de cactos, que primeiro chamam a atenção. Mas o que distingue este parque nacional de inúmeras outras paisagens brasileiras de tirar o fôlego são os restos arqueológicos e artísticos de humanos antigos que muitos pesquisadores acreditam ter chegado há mais de 20.000 anos.
A arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon, agora com 88 anos, documentou pela primeira vez os exuberantes desenhos de cavernas ocre vermelho representando caçadores, presas, foliões e brincadeiras na década de 1960.
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Sua equipe desenterrou achados arqueológicos que questionaram teorias anteriores sobre como os humanos chegaram às Américas; a área se tornou um parque nacional em 1979, acrescentou o Museu do Homem Americano em 1986 e tornou-se Patrimônio Mundial da UNESCO em 1991.
O Museu da Natureza, inaugurado em 2018, trouxe um recorde de 30.000 visitantes ao parque no ano seguinte. A pandemia diminuiu o ritmo, mas não o progresso: novos sítios arqueológicos foram preparados para visitação, novos banheiros para visitantes foram instalados e, mais notavelmente, uma impressionante escada fechada de 60 metros em um penhasco íngreme inaugurada em outubro, permitindo um acesso mais seguro e muito mais rápido aos visitantes. um popular miradouro panorâmico.
Confira a lista completa com os 52 lugares pelo mundo, em que o Brasil ficou na posição 45.
Fonte: The New York Times
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